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3/8/2022 17:15

"A Revolução ainda agora começou". O novo mundo do Open Banking resumido

“A gestão global de informação bancária e fiscal chegou”. As palavras são do CEO da nBanks. Numa apresentação durante o Angola Innovation Summit, no passado dia 29 de julho, Orlando Costa falou sobre o open banking e sintetizou vantagens e funcionalidades desta solução. E sublinhou: “a revolução ainda agora começou”.

Uma frase é suficiente para explicar a evolução do Open Banking. Para Orlando Costa, passamos de um “ego” sistema a um ecossistema de serviços financeiros. É um jogo de palavras para ilustrar a transição de um modelo de negócio fechado e defensivo para um ambiente mais aberto, assente na cooperação e na agregação de sistemas bancários.

Um sistema, quatro funcionalidades

Parece algo complexo, mas esta transformação é fácil de entender através de quatro grandes ideias-chave, de acordo com o cofundador da nBanks.

Primeiro, diz-nos, há uma “quebra de monopolização de dados”. Ou seja, os dados de clientes bancários “deixam de estar instanciados em apenas uma entidade”. Os clientes podem agora, por exemplo, agregar a informação bancária de várias contas numa só plataforma - bancária ou não bancária - e passam, assim, a “conviver num ambiente de dados partilhado, seguro e devidamente autorizado”.

Esta particularidade leva-nos aos dois aspetos seguintes, como refere o gestor: por um lado, “a facilidade em agregar informação e iniciar pagamentos”; por outro lado, a geração “de ambientes controlados de informação bancária”. É que há uma disrupção, sim, mas “tudo tem de ser regulado e devidamente supervisionado”, frisa Orlando Costa.

Por último, o Open Banking vem abrir o “espaço bancário para entidades bancárias e também para as chamadas fintech, as empresas tecnológicas que prestam serviços financeiros”.

Foi, aliás, a partir de um movimento de fintechs, no Reino Unido, que nasceu o Open Banking. Começou com a simples facilitação de ferramentas primárias de manuseamento de ficheiros bancários, em 2009. A tendência está, agora, a vingar em todo o mundo e já foi consolidada através de duas diretivas de pagamentos para regular o serviço  - as “Payment Services Directives” (PSD) 1 e 2. Hoje, fala-se mesmo em “World Wide Open Banking”.

Ganhos para bancos e clientes

Com esta mudança de paradigma, quem ganha mais é o cliente. “Tem maior liberdade de escolha, que agrega informação, consegue comparar soluções e decide com base em muito mais informação”, sintetiza. Tudo por poder “passar a partilhar uma relação com várias entidades que lhe vão dar competências de informação para tomar a melhor escolha”.

Agora, impõe-se a pergunta: “E a banca?”. A verdade é uma: houve uma transformação forçada, mas foi pelo melhor: “Este movimento veio forçar as entidades bancárias a modernizarem-se”, podendo, entre outras medidas, estabelecer novas aplicações intrabancárias mais inovadoras. Segundo Orlando, os próprios bancos vêm nas fintechs o papel de “inovadoras da indústria”, de “fornecedoras de soluções” e de “aceleradoras digitais”.

As vantagens multiplicam-se, desde o surgimento de novas fontes de receitas, até à redução de custos operacionais ou à elevada conectividade entre vários intervenientes. É a “cooptividade” em ação, como nos conta Orlando Costa, numa alusão à fusão entre “cooperação” e “competitividade” em “apresentar novas soluções” ao cliente. Em bom rigor, facilmente se entende que falamos de uma oportunidade; não de uma ameaça.

Os atores principais do Open Banking

Para concretizar o modelo de Open Banking, Orlando Costa destaca dois protagonistas. De um lado, temos as chamadas “PISP”, as Payment Initiation Service Providers. São as entidades que “facilitam e aceleram a ligação entre o comerciante e o cliente no pagamento bancário”.

Do outro lado, há os “AISP”, os Account Information Service Providers, que permitem a qualidade da agregação as informações bancárias no mesmo local. Os serviços da nBanks são um exemplo deste tipo de serviços, avança o CEO. “Um cliente, em vez de ter de abrir e fechar várias sessões de homebanking para ver saldos e transações em 10 ou em 20 contas, por exemplo, pode, numa única plataforma, agregar todos esses dados”.

Use cases: como funciona isto na prática?

São vários os usos - e os benefícios também - que surgem com a adesão a uma solução de open banking. E envolvem muito mais do que pagamentos. Vamos a exemplos concretos.

Pensemos na gestão financeira de uma empresa. Numa plataforma de open banking, podem facilmente partilhar-se informações atualizadas com a contabilidade ou com equipas de controlo. Os próprios colaboradores podem integrar no sistema despesas que têm em mãos “e, dessa maneira, a tesouraria acede em tempo real a todas essas informações”, adianta.  

A agregação de informação fiscal, tributária e de várias responsabilidades empresariais também é uma mais-valia, sobretudo se considerarmos que estas plataformas conferem acesso a agendas colaborativas.

Não menos importante, estas integrações vão permitir igualmente uma melhor perceção de risco bancário para potenciar melhores negociações.

Da poupança de tempo, à qualidade da informação, à aceleração de conciliações bancárias ou à eficiência operacional, as vantagens são muitas e resultam em empresas mais eficientes. Para contabilistas, uma solução de open banking também traz ganhos.

Se ainda não tiveste a oportunidade de ver a intervenção do Orlando Costa no Angola Innovation Summit, acede a este vídeo e vê a sessão em detalhe entre 3:53:44 até 4:10:46.

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